Tuesday, January 20, 2009

Da Concorrência Perfeita às Distorções nos Mercados

O modelo liberal clássico de concorrência perfeita pressupunha, antes de mais, a existência de uma pluralidade de agentes, sem que nenhum, nem do lado da procura nem do lado da oferta, tivesse possibilidade de influenciar o mecanismo de formação dos preços. Nos primórdios do século XX, já era bem visível o desfasamento entre o modelo e a realidade. As primeiras revoluções industriais, a massificação da produção industrial, a centralização de capital, alteraram a lógica do modelo inicial, gerando fenómenos de concentração, originando o aparecimento de grandes empresas, de agrupamentos de empresas sob as mais variadas formas (p.e. trusts, cartéis) e de oligopólios e monopólios.

Mais recentemente, a globalização e a internacionalização, veio exigir, em muitos casos, a expansão das empresas, através de sofisticadas técnicas jurídicas de influência, controlo ou domínio de outras empresas. Mas paralelamente, a essas formas sofisticadas, as empresas podem optar por outras formas de união e cooperação, estabelecendo ou reforçando laços de colaboração mútua, suspendendo a concorrência entre si para melhor poderem competir com terceiros.A internacionalização das economias veio intensificar e diversificar os processos de concorrenciais, trazendo consigo novos comportamentos e estratégias e novas modificações na estrutura de mercados. Para melhor competir as empresas substituem frequentemente os comportamentos clássicos concentracionistas, como as fusões, por comportamentos de cooperação, colaboração ou coordenação interempresarial que, por vezes, degeneram em práticas restritivas da concorrência, sendo neste caso necessária a regulamentação pública da economia.

No comments: